Depósito a prazo: o que é e como funciona?

Gerir as Finanças Pessoais é, sem dúvida, um grande desafio, sobretudo as poupanças. Afinal, deixá-las na conta a ordem não é, de todo, a melhor solução. Por isso, o depósito a prazo acaba por ser uma alternativa muito comum.

De acordo com o Banco de Portugal, a taxa de juro média dos novos depósito a prazo de particulares aumentou para 0,90% em março de 2023, mais 0,25% em relação a fevereiro deste ano. Assim sendo, este tipo de depósito acaba por ser interessante para, por exemplo, ter o teu fundo de emergência.

Apesar de ser um produto financeiro que pode ser interessante, poucos sabem do que se trata. Para te ajudar, neste artigo encontras informação sobre:

  • O que é um depósito a prazo;
  • Diferenças entre taxas fixas e variáveis neste tipo de depósitos;
  • Cálculo dos juros no depósito a prazo;
  • Tipos de depósito a prazo;
  • 7 dicas para escolheres o melhor depósito a prazo.

Vamos a isso?

O que é um depósito a prazo?

Se tens dúvidas entre o que é um depósito à ordem e um depósito a prazo, pensa no seguinte: uma conta à ordem permite-te movimentar o teu dinheiro no dia-a-dia, enquanto o dinheiro de uma conta a prazo não pode ser movimentado durante um determinado tempo.

Se mantiveres o teu dinheiro num depósito a prazo durante o período acordado, recebes juros desse depósito. Assim, consegues reaver o valor que investiste e um montante resultante de juros. Ou seja, ganhas dinheiro com isso.

Por isso, este produto financeiro é considerado um tipo de investimento de baixo risco.

Economizar, poupar e investir

Diferenças entre taxas fixas e variáveis nos depósitos a prazo

Quando um depósito tem taxa fixa, significa que essa taxa manter-se-á durante todo o tempo em que o dinheiro estiver capitalizado. Ou seja, saberás quanto é que vais receber em juros.

Se o depósito tiver taxa variável, significa que estará dependente de um indexante, como por exemplo, a Euribor, a que se soma o spread. Ou seja, se a Euribor subir, mais juros recebes.

Em alguns casos, existem taxas de juro mistas, em que embora seja fixa em grande parte do tempo, existem períodos em que a taxa pode ser variável.

Cálculo dos juros no depósito a prazo

Uma vez que se trata de um tipo de investimento, é normal que queiras calcular os juros que irás receber. Para tal, podes usar a seguinte fórmula:

(Capital x Tempo x Taxa)/360 dias

Em que o capital é o valor que investes, o tempo refere-se ao prazo em que tens de ter lá o depósito parado e a taxa de juro definida. No entanto, este é um valor aproximado.

Se não quiseres fazer cálculos, podes usar o simulador para depósitos bancários do Banco de Portugal.

De lembrar que quer um método, quer outro, não dispensa os cálculos das instituições de crédito. Ou seja, antes de constituíres um depósito a prazo, informa-te sobre a simulação realizada na própria instituição.

Quando são pagos os juros?

No que diz respeito ao pagamento dos juros dos depósitos a prazo, tanto podem ser pagos de forma periódica como na data em que o depósito vence. Tudo depende, claro, do tipo de depósito que escolheres.

Quanto à forma de pagamento, podes encontrá-la na Ficha de Informação Normalizada (FIN), que te é entregue aquando a constituição do depósito.

Regra geral, os depósitos a prazo até 12 meses (366 dias) pagam juros apenas no final do prazo. Quando são mais longos, como por exemplo, depósito a prazo de 2 anos, então há a possibilidade de serem pagos de 6 em 6 meses.

Uma vez mais, tudo depende do tipo de depósito que constituíres.

Pode-se levantar o dinheiro antes do fim do prazo?

Tal como noutros aspetos, o levantamento do capital antes do fim do prazo depende das condições contratuais.

Se estiver estipulado que o depósito é “Não Mobilizável”, isso significa que não podes mexer no dinheiro antes do final do prazo.

Caso diga “Mobilizável”, então nada te impede de levantar o dinheiro antes de chegar ao fim o prazo de capitalização. No entanto, podes ter uma penalização (por norma, perda parcial ou total dos juros, já que o capital que depositaste é assegurado).

Tipos de depósitos a prazo

Dentro de cada instituição bancária, podem existir diferentes classes de depósito. Por isso, é natural que encontres alguns tipos de conta a prazo diferentes.

Depósitos a prazo simples

Por norma abrangem grande parte dos depósitos comercializados pelos bancos, incluindo os depósitos com taxas de juro fixas e variáveis.

Depósitos a prazo estruturados

Mais complexos que os anteriores, neste tipo de depósito os juros dependem de fatores que podem incluir, por exemplo, índices de acionistas.

Nestes casos, tens de perceber se existe ou não uma remuneração mínima garantida, prazo e eventual mobilização do capital.

Como escolher o melhor depósito a prazo? 7 dicas importantes

Depois de saberes o que é e como funciona, é normal que estejas à procura dos depósitos a prazo mais rentáveis para as tuas poupanças. Para te ajudar, deixo-te algumas dicas.

1. Define um valor para aplicar

Antes de investires, deves organizar o teu orçamento familiar de modo a atingires o montante que queres aplicar no depósito a prazo. Mas lembra-te, deve ser um valor que não vais precisar no curto a médio prazo, mais caso contrário, perderás a possibilidade de maximizar a rendibilidade deste produto.

2. Faz simulações para diferentes depósitos a prazo

Conforme te disse, existem formas de simulares os diferentes depósitos a prazo do mercado, assim como locais onde podes saber, por exemplo, se os juros depósito a prazo vão subir, de modo a fazeres uma escolha mais acertada para ti.

Mais uma vez, relembro que os simuladores ajudam-te a ter uma ideia geral do retorno que podes ter, e que deves sempre consultar a instituição financeira onde constituis o depósito antes de avançar.

3. Consulta a lista de entidades certificadas do Banco de Portugal

Para garantir que estás a aplicar o teu dinheiro numa entidade fidedigna, deves ter em conta que tem de ser autorizada pelo Banco de Portugal. Deste modo, existe uma supervisão superior, que obriga ao cumprimento de determinadas regras.

Consulta a lista de instituições autorizadas pelo Banco de Portugal.

4. Compara as taxas de juro e acompanha o mercado

Uma vez mais, lembra-te que ao colocares o teu dinheiro num depósito a prazo, terás como retorno o valor que investes e os juros. Portanto, este deve ser um dos principais aspetos a considerar.

Por norma, a taxa que as instituições financeiras apresentam e a TANB (Taxa Anual Nominal Bruta), ao qual deves deduzir os impostos e, em alguns casos, comissões bancárias.

5. Analisa as comissões aplicáveis

Como já deves ter percebido, uma TANB elevada nem sempre significa melhor remuneração no teu depósito. Portanto, tens de olhar também para as comissões bancárias, por exemplo, da manutenção da conta.

6. Escolhe o prazo da aplicação

Uma vez que são um produto financeiro com liquidez, podes utilizá-lo como uma forma de conseguires ter à tua disposição um valor superior àquele que investes num determinado período. Para tal, analisa o mercado e vê qual a opção que é mais viável para ti: existem depósitos a rentáveis a partir dos 3 meses.

7. Estuda a possibilidade de contratualizar mais depósitos a prazo

Outra forma de rentabilizares o teu investimento é avaliar a possibilidade de contratualizar mais do que um depósito a prazo, investindo sempre o maior valor naquele que é mais rentável (taxas de juros mais alta), e o restante montante em outros tipos de depósito com juros inferiores. Assim rentabilizas e diversificas o teu investimento.

Agora que sabes o que são depósitos a prazo, faz as contas e começa a rentabilizar as tuas poupanças!

Nota: neste artigo existem links de afiliados, em que tenho a possibilidade de receber uma comissão por cada venda realizada. No entanto, servem apenas para mostrar alguns dos muitos produtos existentes no mercado, cabendo ao leitor analisar e fazer a melhor escolha para a sua situação financeira.

O conteúdo apresentado neste artigo serve apenas como um guia e não dispensa a leitura dos documentos que suportem esta matéria, assim como os produtos de cada instituição financeira.

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